quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Nova Guerra Santa Evangélica

Um corpo doente, assim tem se desenhado na Igreja em nosso século. O corpo está infectado com uma bactéria terrível e de alto poder de destruição. A igreja está segmentada, ideias diferentes, teologias opostas, e toda forma de diferenças, sejam de opinião ou mesmo pessoais são motivos de discórdia e vejo em artigos, blogs e programas de Tv, que virou notória colocarmos nossos irmãos no inferno, lançarmos toda sorte de pragas e maldiçoes e até mesmo chamarmos por muito pouco membros do próprio corpo vivo de Jesus de hereges e satânicos. No passado nossas diferenças eram comuns sim, mais convivíamos uns com os outros, hoje ser diferente é pecado, é motivo de ir para mandar os outros para o inferno. A igreja esta segmentada, é superficial e também cheia de Papas, sem nenhuma papa na língua contra seus oponentes teológicos. Chamamos de infernais homens com opiniões diferentes, que aceitam como Senhor e Salvador o mesmo Deus. Baseados em fatos isolados e nos esquecemos que a maior verdade do verdadeiro evangelho esta no amor, na misericórdia e na compreensão mutua. Até quando vamos continuar ofendendo em nome da fé? Que lado está certo? Os Pentecostais??? os Históricos??? os Calvinistas??? Presbiterianos??? etc etc... Quantas diferenças de opinião... Somos muitas tribos, muitos povos, mais temos um mesmo Pai. Uma família dividida que não sabe amar nas diferenças. Numa mesma família temos irmãos e irmãs tão diferentes não é mesmo? Não seria assim também na igreja? Vemos nas cartas as igrejas no livro de Apocalipse, igrejas diferentes umas das outras, vemos que as igrejas eram diferentes e nem por isso eram divididas, a igreja de Corinto tinha suas limitações mais não chamada seus irmãos de Roma de lunáticos ou mesmo hereges. O problema é que não existe um lado certo nesta guerra santa, todos estamos errados, precisamos voltar ao amor pregado por Jesus. Voltar a essência do evangelho, aceitando diferenças, aceitando diferentes e amando verdadeiramente a Igreja como corpo vivo de Jesus. Não estaria na hora de uma trégua??? Onde o respeito e também o amor fraternal seria a nossa marca. Infelizmente oque nos identifica não são apenas placas diferentes, ai que saudades onde éramos apenas divididos por placas diferentes de denominação. Mais ainda éramos irmãos. Mais hoje isso não se resume a placas, chamamos qualquer coisa que pense diferente de nós de hereges, de malignos e de aproveitadores e ladroes da fé. Existe sim gente assim no nosso meio, gente sem escrúpulos, lobos em pele de ovelha, mais temos que tomar cuidado porque essa doença esta nos fazendo achar que todos somos assim, existem sim os lobos mais não são todos, eles um dia serão revelados, mas temos nos aproveitado disso pra dizer que todos que não pensam como nós são assim e isso é pecado, é julgamento e contra tudo que Jesus ensinou e pregou nos evangelhos. Precisamos como Igreja nos arrepender do pecado, do orgulho e da soberba que nos acometeu nesse século, movidos pela internet que podemos falar dos outros sem olhar nos olhos, sem precisar dizer pessoalmente, e sermos confrontados assim nos escondemos atrás da cortina da rede, viramos leões mais somos na verdade hienas loucas que correm quando temos que falar cara a cara. Arrependimento é a palavra de ordem para este tempo. Nos arrependermos por não ser a igreja que se ama como Jesus pregou aos discípulos. Com problemas sim, com defeitos porque somos humanos mais felizes porque somos um corpo vivo, e não um zumbi espiritual vivo-morto desfigurada pela desunião que nos assola. Vamos nos arrepender a voltar a essência do evangelho que é o amor, a paciência, a fraternidades e a compreensão.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deus nos dá a promessa, mais a conquista dessa promessa é de nossa responsabilidade. Deus nos ajuda no que é impossível, mais aquilo que é possível é a nossa parte e não de Deus.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Bem dito

Todas as Coisas Cooperam para o seu bem? “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”. (Romanos 8:28) O que não é amar a Deus? - Amar a Deus não é fazer boas obras: (Ef. 2:5-9) - Amar a Deus não é ser um bom freqüentador de Igreja: (Jo. 3:3) - Amar a Deus não é ser bom: (Várias pessoas chegaram perto do Senhor Jesus achando que eram bons. (Lc. 18:18-23) O que é amar a Deus? Metanóia (mudança de mente) - Amar a Deus é uma entrega Total. É deixar de confiar nas minhas forças.(Sal.37:4-5) - Amar a Deus é estar disposto a perder a sua vida. (Jo. 12:24-25) - Amar a Deus é pagar o preço de morrer. (Lc. 17:24) - Amar a Deus é empregar o meu tempo e dinheiro no Reino de Deus. (Mat. 6:21) - Amar a Deus é se preocupar com os outros. Apascentar as suas ovelhas.(Jo.21:15-17). Passaremos pouco tempo aqui na terra perto da eternidade. As coisas que vemos agora estão aqui hoje e amanhã se foram, mas as coisas que não podemos ver agora vão durar para sempre. (II Cor. 4:18). Ninguém é completamente feliz porque não é para estar mesmo! A terra não é nosso lar definitivo, fomos criados para algo muito melhor. O mundo diz que a meta para sua vida é : Prosperidade financeira e Sucesso Popular. Deus esta muito mais interessado em seu caráter do que em seu sucesso pessoal. Aos olhos do Pai, os maiores heróis da fé não são os mais ricos ou prósperos, e sim aqueles que perderam suas vidas por Cristo. Algumas pessoas não viram as promessas. (Hebr. 11: 13 e 16) SEU TEMPO SOBRE AS TERRA NÃO É TODA A HISTÓRIA DE SUA VIDA. Um missionário aposentado que vinha de viagem no mesmo navio do presidente dos EUA, uma multidão aplaudia,uma banda musical, um tapete vermelho, faixas e a imprensa recepcionava o presidente, mas o missionário nem foi notado. O missionário ficou chateado mas Deus logo lhe disse: FILHO MEU VOCÊ AINDA NÃO CHEGOU A SUA CASA. - Se alguém que foi para o céu pudesse te dizer algo o que você acha que ela diria pra você. Hoje o Senhor te pergunta: - Você me ama de verdade? A sua fé determina aonde o seu tempo e dinheiro vai? Se alguém gasta mais tempo com seus interesses, do que no Reino de Deus ama a Deus? Se uma pessoa investe todos os seus sonhos, seu dinheiro, seu tempo, sua inteligência, sua força nas suas próprias coisas (egoísmo) ama a Deus? - O teu amor por Deus modificou a tua linguagem? - Modo de se vestir? - Ou como você namora? - Ou como você vende algo para os outros? - Se você faz como o mundo você ama a Deus? Se você realmente ama a Deus essa promessa é pra você... mais somente se você realmente o ama...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O modo de amor de Jesus

O modo de amor de Jesus Mat. 5:43-48
Jesus neste texto amplifica as possibilidades de se amar e demonstrar amor, ele vai direto ao ponto de conflito do ser humano: “Eu, porém, vos digo Amai a vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem” (Vers. 44) Todos nós que vivemos neste mundo temos conflitos pessoais com alguma pessoa que nos fez ou faz mal, que tenha tido atitudes que nos ofendeu ou até pelo simples fato de não irmos com a sua cara. “Se amardes aos que vos amam que recompensa tereis?” (vers. 46) Mas Deus demonstra amor aqui mandando não fazendo acepção de pessoas. “Ele faz com que seu sol se levante sobre maus e bons, e envia chuva sobre justos e injustos” (vers. 45) A nova Lei do Amor ou a nova forma de amar: Luc. 6:27-28 e 32-38 1) Fazei o bem aos que vos aborrecem. “Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, se tiver sede, dá-lhe água para beber” (Prov. 25:21) Primeira coisa a se pensar é saber o que é aborrecer: Sofrer humilhações, ser ridicularizado por alguém, ser roubado, ser ferido física e psicologicamente, ser ultrajado por palavras peçonhentas, entre outras coisas que possamos pensar. Mais o texto traz algo especifico sobre ser aborrecido: “bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam” (Lucas 6:28) Qual é a tua reação quando ouve que alguém falou mal de você? “O homem perverso suscita contendas e o difamador separa os maiores amigos” (Prov. 16:28). 2) Amai a vossos inimigos, fazei o bem. (vers. 35) “Ao contrário amai os vossos inimigos, fazei o bem, emprestai sem nada esperardes” (Lc. 6:35). A ingratidão é alguma coisa terrível para o ser humano, é algo que nos faz ficar irados e chateados. Jesus nos ensina que é para ajudarmos sem esperar nada em troca com um coração pronto a auxiliar sem reconhecimento algum, isso nos leva a ter riquezas no céu, pois o nosso galardão crescerá nesta situação. Todas as vezes que ajudamos os outros principalmente financeiramente isso se reverte em nossa vida em bênçãos. “Compadece-se sempre, e empresta, a sua descendência será abençoada” (Sal. 37:26) Se você faz alguma coisa e cobra, resmunga e reclama porque teve que ajudar isso não terá peso de benção em sua vida, pois o servo faz como fosse para o Senhor e não para os homens. Tem gente que não consegue dar uma simples carona para os outros, dá e fica reclamando do combustível que teve de gastar. 3) Sede misericordiosos. “Sede misericordiosos assim como o vosso Pai é misericordioso.” (Lc. 6:36) Como Deus é misericordioso? - Ele perdoou o ladrão na cruz. - Ele perdoou a Pedro porque o negou. - Ele perdoou a prostitutas mesmo tendo uma vida pregressa de pecados. - Ele perdoou a Paulo mesmo sendo um assassino de seus filhos queridos. - Ele perdoou aqueles que o ultrajaram e o feriram na cruz do calvário. Ser misericordioso é perdoar quem não merece ser perdoado. É abrir mão de um direito que você tem de revidar aquilo que foi feito contra você. É abrir mão de revidar e ao contrário disso amar. 4) Não julgueis... não condeneis... perdoai... “Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e perdoar-vos-ão.” (Lc. 6:37) Lucas: 6:41-42 Infelizmente dentro o meio chamado evangélico a atividade esportiva mais praticada é o lançamento de pedras contra o outros. Como o povo gosta de falar da vida alheia. Gosta de julgar as pessoas de falar dos erros e pecados e de quem caiu ou não. Moro em um sobrado que a janela dá de frente para a rua, certa vez morou do lado de casa uma “crente” dessas. Toda manha essa criatura tinha alguém na calçada para falar da vida dos outros, eu já sabia tudo da igreja que ela freqüentava, graça a Deus que ela não freqüentava a minha. E você tem arremessado pedras contra a vida de quem? Conclusão: Lc. 6:38 Este texto termina com um principio: Tudo que você planta você colher. “Daí e dar-se-vos-a ...Boa medida, sacudida e transbordante . Você terá a generosidade em sua vida.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Lei da Semeadura Colhemos o que plantamos. É importante entendermos que não podemos colher paz se plantamos indiferença, e nem colher felicidade se plantamos rancor e mágoa, desta forma aquilo que estamos vivendo em nosso casamento é o resultado das sementes que temos plantado e regado dia a dia na vida do nosso cônjuge. 1 – O princípio da semeadura e ceifa. (Gen. 8:22) - A sua família Hoje é o resultado do que você plantou ontem. - O que você vê hoje em sua vida é o eco daquilo que semeou ontem. - A seu futuro depende do que você vai semear hoje. O principio da semeadura é uma lei que Deus criou. Você coloca seu dinheiro na poupança e depois saca. Mas se você não colocar nada também não terá nada para sacar. O que você tem depositado em sua família... Você tem da sua esposa e de seu esposo hoje exatamente o que tem depositado no coração deles. 2 – Leis da semeadura e ceifa. Colhemos na proporção que plantamos. Quem colhe muito é porque semeou muito. a)Há um tempo entre a semeadura e a ceifa. (Mac. 4:26-29). b)Devemos perseverar em plantar boas sementes: (Ecl. 11:6). c)Devemos arrancar as sementes ruins antes que germinem, através da comunicação e do perdão mútuo: (Ecl. 3:2). 3 – Tipos de Semeadura. a)Palavras: (Prov. 18:21 / Mac. 11:23). b)Atitudes e ações: (Gal. 6:7-9) c)Financeira: (II Cor. 9:6). Conclusão: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunha, contra ti, que te propus a vida e a morte, a benção e maldição, escolhe, pois a vida para que vivas, tu e a tua descendência” (Deut. 30:19). Nosso casamento será o que decidimos que será. Temos hoje o que plantamos ontem, e teremos amanhã o que estamos plantando hoje.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Entrevista de Willian Lane Craig

Entrevista de Willian Lane Craig a Revista veja:"É possível acreditar em Deus usando a razão"!

Por - Revista Veja -

Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.


"Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério", disse. "Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável", continuou. "Normalmente as pessoas não me dizem 'boa sorte' ou 'não nos decepcione' antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo". Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado.


O teólogo evangélico é considerado um dos maiores defensores da doutrina cristã na atualidade. Craig, que vive em Atlanta (EUA) com a esposa, sustenta que a existência de Deus e a ressurreição de Jesus, por exemplo, não são apenas questões de fé, mas passíveis de prova lógica e racional. Em seu currículo de debates estão o famoso químico e autor britânico Peter Atkins e o neurocientista americano Sam Harris (veja lista com vídeos legendados de Craig). Basta uma rápida procura no Youtube para encontrar uma vastidão de debates travados entre Craig e diversos estudiosos. Richard Dawkins, um dos maiores críticos do teísmo, ainda se recusa a discutir com Craig sobre a existência de Deus.


Em artigo publicado no jornal inglês The Guardian, Dawkins afirma que Craig faz apologia ao genocídio, por defender passagens da Bíblia que justificam a morte de homens, mulheres e crianças por meio de ordens divinas. "Vocês apertariam a mão de um homem que escreve esse tipo de coisa? Vocês compartilhariam o mesmo palco que ele? Eu não, eu me recuso", escreveu. Na entrevista abaixo, Craig fala sobre o assunto.


Autor de diversos livros — entre eles Em Guarda – Defenda a fé cristã com razão e precisão (Ed. Vida Nova), lançado no fim de 2011 no Brasil, — Craig é doutor em filosofia pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e em teologia pela Universidade de Munique, Alemanha. O filósofo esteve no Brasil para o 8º Congresso de Teologia da Editora Vida Nova, em Águas de Lindóia, entre 13 e 16 de março. Durante o simpósio, Craig deu palestras e dedicou a última apresentação a atacar, ponto a ponto, os argumentos de Richard Dawkins sobre a inexistência de Deus.
Perfil


Nome: William Lane Craig


Profissão: Filósofo, teólogo e professor universitário na Universidade de Biola, Califórnia
Nascimento: 23 de agosto de 1949


Livros destacados: Apologética Contemporânea – A veracidade da Fé Cristã; Em Guarda, Defenda a fé cristã com razão e precisão; ambos publicados no Brasil pela editora Vida Nova.


Principal contribuição para a filosofia: Craig foi responsável por reformular o Argumento Cosmológico Kalam (variação do argumento cosmológico que defende a existência de uma primeira causa para o universo) nos seguintes termos: 1) Tudo que começa a existir tem uma causa de existência. 2) O universo começou a existir. 3) Portanto, o universo tem uma causa para sua existência.


Informações pessoais: William Lane Craig é conhecido pelo trabalho na filosofia do tempo e na filosofia da religião, especificamente sobre a existência de Deus e na defesa do teísmo cristão. Escreveu e editou mais de 30 livros, é doutor em filosofia e teologia em universidades inglesa e alemã e desde 1996 é pesquisador e professor de filosofia na Universidade de Biola, na Califórnia. Atualmente vive em Atlanta, nos EUA, com a esposa. Craig pratica exercícios regularmente como forma de combater a APM (Atrofia Peronial Muscular) uma doença degenerativa do sistema nervoso que lhe causou atrofiamento dos nervos das mãos e pernas. Especialista em debates desde o ensino médio, o filósofo passa a maior parte do tempo estudando.


Por que deveríamos acreditar em Deus? Porque os argumentos e evidências que apontam para a Sua existência são mais plausíveis do que aqueles que apontam para a negação. Vários argumentos dão força à ideia de que Deus existe. Ele é a melhor explicação para a existência de tudo a partir de um momento no passado finito, e também a para o ajuste preciso do universo, levando ao surgimento de vida inteligente. Deus também é a melhor explicação para a existência de deveres e valores morais objetivos no mundo. Com isso, quero dizer valores e deveres que existem independentemente da opinião humana.


Se Deus é bondade e justiça, por que ele não criou um universo perfeito onde todas as pessoas vivem felizes? Acho que esse é o desejo de Deus. É o que a Bíblia ensina. O fato de que o desejo de Deus não é realizado implica que os seres humanos possuem livre-arbítrio. Não concordo com os teólogos que dizem que Deus determina quem é salvo ou não. Parece-me que os próprios humanos determinam isso. A única razão pela qual algumas pessoas não são salvas é porque elas próprias rejeitam livremente a vontade de Deus de salvá-las.


Alguns cientistas argumentam que o livre-arbítrio não existe. Se esse for o caso, as pessoas poderiam ser julgadas por Deus? Não, elas não poderiam. Acredito que esses autores estão errados. É difícil entender como a concepção do determinismo pode ser racional. Se acreditarmos que tudo é determinado, então até a crença no determinismo foi determinada. Nesse contexto, não se chega a essa conclusão por reflexão racional. Ela seria tão natural e inevitável como um dente que nasce ou uma árvore que dá galhos. Penso que o determinismo, racionalmente, não passa de absurdo. Não é possível acreditar racionalmente nele. Portanto, a atitude racional é negá-lo e acreditar que existe o livre-arbítrio.


O senhor defende em seu site uma passagem do Velho Testamento em que Deus ordena a destruição da cidade de Canaã, inclusive autorizando o genocídio, argumentando que os inocentes mortos nesse massacre seriam salvos pela graça divina. Esse não é um argumento perigosamente próximo daqueles usados por terroristas motivados pela religião? A teoria ética desses terroristas não está errada. Isso, contudo, não quer dizer que eles estão certos. O problema é a crença deles no deus errado. O verdadeiro Deus não ordena atos terroristas e, portanto, eles estariam cometendo uma atrocidade moral. Quero dizer que se Deus decide tirar a vida de uma pessoa inocente, especialmente uma criança, a Sua graça se estende a ela.


Se o terrorista é cristão o ato terrorista motivado pela religião é justificável, por ele acreditar no Deus ‘certo’? Não é suficiente acreditar no deus certo. É preciso garantir que os comandos divinos estão sendo corretamente interpretados. Não acho que Deus dê esse tipo de comando hoje em dia. Os casos do Velho Testamento, como a conquista de Canaã, não representam a vontade normal de Deus.


O sr. está querendo dizer que Deus também está sujeito a variações de humor? Não é plausível esperar que pelo menos Ele seja consistente? Penso que Deus pode fazer exceções aos comandos morais que dá. O principal exemplo no Velho Testamento é a ordem que ele dá a Abraão para sacrificar seu filho Isaque. Se Abraão tivesse feito isso por iniciativa própria, isso seria uma abominação. O deus do Velho Testamento condena o sacrifício infantil. Essa foi uma das razões que o levou a ordenar a destruição das nações pagãs ao redor de Israel. Elas estavam sacrificando crianças aos seus deuses. E, no entanto, Deus dá essa ordem extraordinária a Abraão: sacrificar o próprio filho Isaque. Isso serviu para verificar a obediência e fé dele. Mas isso é a exceção que prova a regra. Não é a forma normal com que Deus conduz os assuntos humanos. Mas porque Deus é Deus, Ele tem a possibilidade de abrir exceções em alguns casos extremos, como esse.


O sr. disse que não é suficiente ter o deus certo, é preciso fazer a interpretação correta dos comandos divinos. Como garantir que a sua interpretação é objetivamente correta? As coisas que digo são baseadas no que Deus nos deu a conhecer sobre si mesmo e em preceitos registrados na Bíblia, que é a palavra d’Ele. Refiro-me a determinações sobre a vida humana, como “não matarás”. Deus condena o sacrifício de crianças, Seu desejo é que amemos uns ao outros. Essa é a Sua moral geral. Seria apenas em casos excepcionalmente extremos, como o de Abraão e Isaque, que Deus mudaria isso. Se eu achar que Deus me comandou a fazer algo que é contra o Seu desejo moral geral, revelado na escritura, o mais provável é que eu tenha entendido errado. Temos a revelação do desejo moral de Deus e é assim que devemos nos comportar.


O sr. deposita grande parte da sua argumentação no conteúdo da Bíblia. Contudo, ela foi escrita por homens em um período restrito, em uma área restrita do mundo, em uma língua restrita, para um grupo específico de pessoas. Que evidência se tem de que a Bíblia é a palavra de um ser sobrenatural? A razão pela qual acreditamos na Bíblia e sua validade é porque acreditamos em Cristo. Ele considerava as escrituras hebraicas como a palavra de Deus. Seus ensinamentos são extensões do que é ensinado no Velho Testamento. Os ensinamentos de Jesus são direcionados à era da Igreja, que o sucederia. A questão, então, se torna a seguinte: temos boas razões para acreditar em Jesus? Ele é quem ele diz ser, a revelação de Deus? Acredito que sim. A ressurreição dos mortos, por exemplo, mostra que ele era quem afirmava.


Existem provas que confirmem a ressurreição de Jesus? Temos boas bases históricas. A palavra ‘prova’ pode ser enganosa porque muitos a associam com matemática. Certamente, não temos prova matemática de qualquer coisa que tenha acontecido na história do homem. Não temos provas, nesse sentido, de que Júlio César foi assassinado no senado romano, por exemplo, mas temos boas bases históricas para isso. Meu argumento é que se você considera os documentos do Novo Testamento como fontes da história antiga, — como os historiadores gregos Tácito, Heródoto ou Tucídides — o evangelho aparece como uma fonte histórica muito confiável para a vida de Jesus de Nazaré. A maioria dos historiadores do Novo Testamento concorda com os fatos fundamentais que balizam a inferência sobre a ressurreição de Cristo. Coisas como a sua execução sob autoridade romana, a descoberta das tumbas vazias por um grupo de mulheres no domingo depois da crucificação e o relato de vários indivíduos e grupos sobre os aparecimentos de Jesus vivo após sua execução. Com isso, nos resta a seguinte pergunta: qual é a melhor explicação para essa sequência de acontecimentos? Penso que a melhor explicação é aquela que os discípulos originais deram — Deus fez Jesus renascer dos mortos. Não podemos falar de uma prova, mas podemos levantar boas bases históricas para dizer que a ressurreição é a melhor explicação para os fatos. E como temos boas razões para acreditar que Cristo era quem dizia ser, portanto temos boas razões para acreditar que seus ensinamentos eram verdade. Sendo assim, podemos ver que a Bíblia não foi criação contingente de um tempo, de um lugar e de certas pessoas, mas é a palavra de Deus para a humanidade.


O textos da Bíblia passaram por diversas revisões ao longo do tempo. Como podemos ter certeza de que as informações às quais temos acesso hoje são as mesmas escritas há 2.000 anos? Além disso, como lidar com o fato de que informações podem ser perdidas durante a tradução? Você tem razão quanto a variedade de revisões e traduções. Por isso, é imperativo voltar às línguas originais nas quais esses textos foram escritos. Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial. Alguém que realmente queira entender os textos deverá aprender grego, a língua original em que o Novo Testamento foi escrito. Contudo, as pessoas também podem comprar diferentes traduções e compará-las para perceber como o texto se comporta em diferentes versões.


É possível explicar a existência de Deus apenas com a razão? Qual o papel da ciência na explicação das causas do universo? A razão é muito mais ampla do que a ciência. A ciência é uma exploração do mundo físico e natural. A razão, por outro lado, inclui elementos como a lógica, a matemática, a metafísica, a ética, a psicologia e assim por diante. Parte da cegueira de cientistas naturalistas, como Richard Dawkins, é que eles são culpados de algo chamado ‘cientismo’. Como se a ciência fosse a única fonte da verdade. Não acho que podemos explicar Deus em sua plenitude, mas a razão é suficiente para justificar a conclusão de que um criador transcendente do universo existe e é a fonte absoluta de bondade moral.


Por que o cristianismo deveria ser mais importante do que outras religiões que ensinam as mesmas questões fundamentais, como o amor e a caridade? As pessoas não entendem o que é o cristianismo. É por isso que alguns ficam tão ofendidos quando se prega que Jesus é a única forma de salvação. Elas pensam que ser cristão é seguir os ensinamentos éticos de Jesus, como amar ao próximo como a si mesmo. É claro que não é preciso acreditar em Jesus para se fazer isso. Isso não é o cristianismo. O evangelho diz que somos moralmente culpados perante Deus. Espiritualmente, somos separados d’Ele. É por isso que precisamos experimentar Seu perdão e graça. Para isso, é preciso ter um substituto que pague a pena dos nossos pecados. Jesus ofereceu a própria vida como sacrifício por nós. Ao aceitar o que ele fez em nosso nome, podemos ter o perdão de Deus e a limpeza moral. A partir disso, nossa relação com Deus pode ser restaurada. Isso evidencia por que acreditar em Cristo é tão importante. Repudiá-lo é rejeitar a graça de Deus e permanecer espiritualmente separado d’Ele. Se você morre nessa condição você ficará eternamente separado de Deus. Outras religiões não ensinam a mesma coisa.


A crença em Deus é necessária para trazer qualidade de vida e felicidade? Penso que a crença em Deus ajuda, mas não é necessária. Ela pode lhe dar uma fundação para valores morais, propósito de vida e esperança para o futuro. Contudo, se você quiser viver inconsistentemente, é possível ser um ateu feliz, contanto que não se pense nas implicações do ateísmo. Em última análise, o ateísmo prega que não existem valores morais objetivos, que tudo é uma ilusão, que não há propósito e significado para a vida e que somos um subproduto do acaso.


Por que importa se acreditamos no deus do cristianismo ou na ‘mãe natureza’ se na prática as pessoas podem seguir, fundamentalmente, os mesmos ensinamentos? Deveríamos acreditar em uma mentira se isso for bom para a sociedade? As pessoas devem acreditar em uma falsa teoria, só por causa dos benefícios sociais? Eu acho que não. Isso seria uma alucinação. Algumas pessoas passam a acreditar na religião por esse motivo. Já que a religião traz benefícios para a sociedade, mesmo que o indivíduo pense que ela não passa de um ‘conto de fadas’, ele passa a acreditar. Digo que não. Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade — como penso que é — temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade. A via contrária é o pragmatismo. “Isso Funciona?", perguntam elas. "Não importa se é verdade, quero saber se funciona”. Não estou preocupado se na Suécia alguns são felizes sem acreditar em Deus ou se há alguma vantagem em acreditar n’Ele. Como filósofo, estou interessado no que é verdade e me parece que a existência desse ser transcendente que criou e projetou o universo, fonte dos valores morais, é a verdade.